terça-feira, 10 de agosto de 2010

IDENTIDADE

Sabemos que estamos aqui para crescer, para evoluir. Ponto. E, que o esforço dever ser nosso. Ponto final. No Livro dos espíritos, encontramos a proposição de que para evoluir o homem deve desenvolver suas múltiplas capacidades: as intelectuais e as morais. Para se tornar angélico, o espírito imortal deve aprender tudo. Pois, esses Irmãos Maiores, têm a responsabilidade de serem os executores da Vontade Divina.

O homem encarnado, portanto, está aqui - ou melhor, vem aqui, na terra, a este planeta de provas e expiações, para crescer, sobretudo aprender.

Cada encarnação equivale, na eternidade, a um dia de trabalho. Um dia apenas. Pouquíssimo tempo. Tempo escasso demais para perdermos o foco verdadeiro de nossa estada sobre esse chão abençoado.

Sobre a terra, através das sucessivas vidas, o homem vai se despojando de suas imperfeições, vai se desprendendo dos ditames da matéria, vai se eterizando até não mais precisar encarnar, passando a ser trabalhador consciente da Seara do Mestre, o Construtor da Vida.

Instintivamente, geração pós geração, nas fases de sua evolução, por que a misericórdia de Deus é Grande e Infinita, o homem se questionou:

1. De onde venho?
2. Para onde estou indo?

Duas perguntas. Naquele momento, o homem sabia que nascia do ventre de sua mãe e que depois morreria. Mas de onde surgia a criança? E aquele "querer" que havia dentro dele? Simplesmente deixaria de existir com a deterioração do corpo? O homem primitivo vivia em contato muito estreito com a natureza e com o mundo espiritual. Portanto, ele intuía, sentia que havia algo mais. Ele começara a se religar.

E seu questionamento começou a se aprofundar:

1. Quem eu sou?
2. De onde venho?
3. Para onde estou indo?

“Quem eu sou?” (...) A questão sobre a identidade surge e, é a partir desse momento que o homem, passando a se reconhecer como um sujeito, inicia sua gloriosa caminhada, pois até então ele esperava.

Essa questão fundamental é a força motriz da evolução moral.

Passaram-se os milênios e doutrinas profundas (como os Vedas, como o Budismo, como o Tao Te King), foram arando o terreno para a espiritualização da terra. Mas toda evolução é lenta. Toda transmutação de elementos é trabalhosa e profunda e, é regida por leis que desconhecemos – que intuímos, mas ainda desconhecemos.

Foram necessários milhares de anos, uns 10.000 anos, toda uma Era, para que o Cristo pudesse intervir. Para que Ele mesmo nos fizesse dar o salto, acelerar o passo, pois estávamos renitentes.

A Luz do Cristianismo finalmente chegava ao mundo, mas, tínhamos olhos, porém não víamos. Ainda não queremos ver, por que nossa porção animal, ainda muito presente, não deixa.

Hoje, num movimento fabuloso da Espiritualidade Maior, vemos homens e mulheres propagando a busca equilibrada do Eu consciente e pleno. Assim, nós homens encarnados e desencarnados temos sido levados a aprofundar a reflexão sobre nós mesmos. Temos sentido a inteira necessidade de melhorar, de seguir por um caminho seguro; trabalhoso porém recompensador: o da auto-iluminação.

Agora, reflexionamos:


1. Quem eu sou?
2. De onde venho?
3. Por que estou aqui?
4. O que posso fazer?

5. Para onde estou indo?

1. Quem eu sou? É uma questão sobre identidade. De auto-reconhecimento. Para buscar a resposta para essa proposição, devemos ser capazes de olhar fundo na nossa alma e encontrar, nos seus recônditos, tudo aquilo que nos forma.
2. De onde eu venho? É uma questão sobre a fonte. Devemos buscar o entendimento de que, se Deus é a Fonte da VIDA, silogismo simples, viemos Dele. Devemos buscar em nossa consciência o motivo de nosso apartamento Dele. Devemos manter nossa mente alerta para que, quando se nos apresente o ensejo do retorno ao Seio do Pai, estejamos prontos a arregaçar as mangas para seguí-lo.
3. Por que estou aqui? Essa é uma questão sobre propósito. O tempo urge, devemos buscar a resposta para essa questão. Nós temos muitos planos: queremos isso, aquilo. Planos e desejos, são coisas humanas. Propósito vem de Deus. O que Deus quer de nós. O que cada um tem para oferecê-lo? Deus está interessado nos nossos Propósitos, na nossa Evolução, no nosso retorno à Fonte. Essa deve ser nossa questão norteadora.
4. O que posso fazer? Essa é uma questão sobre potencial.Sobre sua habilidade. Sobre capacidade. E também sobre vontade, disposição. Pontecial é algo que se desevolve.
5. Para onde estou indo? Uma questão sobre destino. Devemos querer retornar. Saímos da casa de nosso Pai inocentes. Mas precisávamos nos desenvolver. Deus plantou em nós a vontade de sermos perfectíveis, a curiosidade. O nosso destino é comungarmos da presença de Jesus, e de Deus, como Nosso Irmão maior já o desfruta.Nosso destino é evoluir.

"Tais perguntas devem ser respondidas para se viver uma vida feliz"(Myles Munroe). Essas respostas terão sido encontradas pelo espírito feliz, ditoso. A plena consciência de nossos papéis no mundo só pode ser adquirida - sim, por que consciência se adquire com o esforço íntimo, lutando o bom combate, contra sua animalidade – se buscarmos nos desenvolver intimamente.

Mas, por que estou dizendo isso? Por que, sabemos que crescemos na medida em que aprendemos a nos relacionar com o nosso semelhante. Jesus disse: “Amai ao próximo como a ti mesmo”. Fazendo isso, alcançaremos nossa plenitude como homens. Mas, se amarmos uns aos outros como Ele nos amou, então estaremos encontrando nossa porção divina, como Irmãos a quem recorremos sempre, o fizeram.

Os grupos em que nos inserimos: o trabalho, a escola, o bairro, a cidade, o Estado, o País, são exatamente os grupos em que devemos estar para os aprendizados necessários a nossa iluminação. Nós mesmos hoje, aqui, nascemos para estarmos aqui nesse momento. E a família? Irmãos, conjugues, cunhados, sogros, primos, tios, avós... E nossos pais? E nossos filhos?

Um dia, fomos filhos. Hoje, somos pais, com deveres muito grandes, extensos e muitas vezes apenas intuitivos. Mas, se tivermos nossa mente ativa para nossos questionamentos fundamentais, conseguiremos cumprir nossa tarefa até onde ela nos foi confiada, por que não devemos esquecer que ali se encontra um irmão que tem seus próprios propósitos a descobrir.

Se não soubermos como responder a essas cinco questões norteadoras como seremos capazes de nortear nossos filhos? Para sermos "Pais", precisamos desenvolver um profundo autoconhecimento e jamais desistir de lograr a tão propalada e necessária reforma íntima.

Sabemos que se educa com amor. O que é amor? Hoje, temos o desafio do limite...Temos que extirpar da sociedade as variadas formas de violência, as inúmeras expressões do egoísmo. Esse é o chamamento. Mas, como fazê-lo? Somos apenas uns poucos. Cada um há de começar o trabalho dentro de seu próprio lar. Se puder, nos lares dos outros também. Mas nossa tarefa primaz é a de EDUCAR. De dar os alicerces espirituais, de ajudar na construção do arcabouço moral para a evolução daquele espírito que nos foi confiado por Deus, por algum motivo.

Precisamos fazer vibrar, desde a mais tenra idade, naquela mente, no momento ainda maleável (e essa é a função da infância: a maleabilidade da mente para novos aprendizados), naquele espírito imortal, tão antigo quanto nós, com uma história tão longa e repleta de acontecimentos como a nossa, a noção de quem ele é, de quem ele deveria ser, e qual o seu destino.

Certo dia meu filho, depois de um momento pensativo, veio me perguntar: “Mamãe, eu sou uma pessoa de verdade?”.

Essa é uma questão que encerra: “Que eu sou?” “De onde vim?” “Qual o meu destino?”.

Crianças são capazes de fazer esse tipo de questionamento por que são espíritos imortais, momentaneamente infantilizados para se prepararem adequadamente para suas tarefas pessoais.

Uma vez, vi perguntarem a uma criança o que ela queria ser quando crescesse. Ela respondeu: "livre".

Essa consciência da vida espiritual está muito viva na criança: devemos ensinar a espiritualidade com Jesus às crianças. Se não for possível a espírita, que seja cristã, se não for cristã, que seja outra qualquer que esteja fundada no respeito, na harmonia, na generosidade, na compaixão, na ética.

E o pai, nisso tudo? O homem. Essa energia masculina necessária a construção de valores importantes tanto para o homem e como para a mulher?

Costumamos ressaltar o fundamental e indispensável papel da mãe. Mas temos sido desleixados em tratarmos da questão da paternidade. Estamos deixando ficar fácil pra eles e com isso, faltando à caridade.

De alguma forma, hoje em dia, o homem contemporâneo já está buscando instintivamente esse lugar diferenciado, esse papel importante, essa função emocional na vida do filho também.

Na antiguidade, quando o ser humano só se perguntava de onde tinha vindo e pra onde ia, ainda não havia essa noção de poder parental que encerra em si um direito e um dever. Mas, quando o ser humano se perguntou sobre QUEM ele era, então se começaram a definir os papéis.

Até outro dia, o homem era o provedor, o caçador, o guerreiro, o defensor de feras e de outras tribos. Ele garantia a segurança das gerações futuras, ele queria preservar seu gene. Ele também queria destruir os frutos dos seus inimigos para que somente os seus florescessem.

Hoje, não é mais necessário nada disso e, descobrindo-se sentimental, capaz de amar e de chorar, o homem, a essência masculina do espírito, percebe que há algo mais a cultivar.

Uma amiga relatou esse caso:
Psicóloga, que trabalhava crianças no caminho da adoção, não muito pequenas, ao perguntar o que era um pai para elas, uma respondeu: “pai, pra mim, é aquele cara grande e forte que fica do lado da mãe protegendo ela e o filho”. Essa criança viu seu pai biológico ser violento com sua mãe. Mas ela ainda tinha a esperança de encontrar essa doçura, mesmo que n´outro homem. Ela ainda sonhava com seu protetor.

Costumamos reverberar que pai é força, é segurança, é mão firme, passos determinados. O pai não é tão macio, tem o cheiro diferente, tem cabelo no corpo, a voz é grave, a mão é maior...Pai é todo diferente. Mas como são especiais os momentos que passamos com eles. Aquelas conversas... Os meninos compartilham com o pai o gosto pelo futebol, pelos carros, pelas tarefas masculinas. Aprendem a tratar uma mulher. Aprendem a ser honestos, firmes, decididos, corajosos. As meninas aprendem a ver no pai um modelo desejável de pai para os filhos delas: um homem bom, amoroso com sua esposa, dedicado aos filhos e à família plenamente. Que ama e que protege.

E qual a responsabilidade de uma pai que, por causa de seu exemplo afasta os filhos da religiosidade necessária a elevação do espírto. Esse indivíduo não sabe como é belo o homem que ora, que tem fé.

Um pai deve ser antes de tudo um PAI. Tem que saber ponderar, dizer não na hora certa, chamar o filho à responsabilidade e que ter a consciência de que se, é um pai, veio de Deus com o propósito de ajudar um irmão em sua evolução, que sabe que está aqui por isso, que tem e busca desenvolver seus potenciais divinos, intelectuais e morais para tal missão, e que retornará a casa de SEU PAI, consciente de que, se não conseguiu cumprir com todo o programa determinado por Deus, com certeza se esforçou por lograr êxito. E o NOSSO PAI, jamais deixa de recompensar aquele que trabalha.

Um pai é o exemplo. Jesus nos deu essa dimensão alcançável: “Sedes perfeitos como o Pai que está nos céus é perfeito”.

Seremos todos de Jesus.

Muita Paz,
Renata Duarte.
Avante!


Referencias:

Evangelho Segundo o Espiritismo
Livro dos Espíritos
Palestra do Pr. Myles Monroe.
Palestra de Paiva Neto.
Mentores Espirituais.

Hálito Mental

Para REFLETIR.

(...)“Assim como o hálito bucal sertã determinado pelo tipo de alimento ou bebida que ingerimos, o hálito mental será determinado pelo tipo de pensamento que nutrimos. Os espíritos, todos eles, percebem o ambiente psíquico de uma pessoa. As idéias são criações de nosso espírito, idéias essas que se projetam no espaço e no tempo, adquirindo forma, movimento, direção e tonalidades equivalentes à sua natureza”.

(...) “Os problemas materiais, os instintos ainda falando alto, na intimidade do próprio coração, a inclinação ao personalismo e à vaidade, à prepotência e ao amor-próprio, enfim a condição ainda deficitária de sua individualidade espiritual, concorrem para que o Mais Alto encontre, nesta altura dos tempos, forte obstáculo à livre, plena e espontânea manifestação”.

Fragmento do livro
Estudando a mediunidade de Martins Peralva.